quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A verdade é que eu desacreditei do amor e dos benefícios que um relacionamento sério e duradouro pode trazer. A realidade é que eu desacreditei que me envolver e me entregar seja uma boa escolha como os músicos e os poetas pregam por aí. A realidade é que a parte doce que existia em mim se tornou amarga - Talvez, bem talvez, ainda exista algo dócil no íntimo mais íntimo do meu eu, mas é só talvez - e o que antes era otimismo se tornou pessimismo em doses extremamente fortes e densas. A realidade é que olhos brilhantes e sorrisos bobos não me convencem, que palavras bonitas e abraços apertados não me conquistam e que me conquistar é mais do que chamar minha atenção ou me surpreender, é me manter interessada todos os dias por uma mesma pessoa, o que não acontece mais. A realidade é que os contos de fadas deixaram de ser histórias fictícias com finais felizes e se tornaram piadas do estilo “stand up comedy”. A realidade é que casais felizes não me emocionam, me enojam. A realidade é que esse papo de eternidade banalizou tanto quanto o “eu te amo”. A realidade, mesmo, é que o amor é bem mais sagaz e feroz do que um simples sentimento, e o pior, mata mais do que câncer e AIDS.