quinta-feira, 4 de novembro de 2010

I need something new.

É noite, eu imagino repousar meu corpo e adormecer. Imagino o dia seguinte, imagino o novo amanhecer que de novo não haverá nada... É isso que tanto me incomoda. Falta o novo, sim, é exatamente isso o que falta. Está tudo tão morto, tão igual, tão previsível... Chega a ser desmotivador, essa mesmice desencadeia em mim um estado de neutralização diante da vida que me pausa, a sensação é que me tornei um aparelho que deu defeito e não quer dar play de jeito algum. Mas não é impossível, as coisas não podem continuar e continuar assim, as coisas precisam mudar. Eu preciso mudar, o contexto precisa mudar. Meu coração precisa ser habitado por novas sensações, meu corpo precisa ser habitado por novos desejos, por novas vontades... E definitivamente o comum, o normal, o sem graça não me atrai. Eu quero o quente, eu quero o que vem fervendo, eu quero o fogo pra me queimar. Já basta a minha vida de fria, já basta essa sensação de estar sendo paralisada pelo gelo que me empedra. É exaustivo acordar e ver as coisas se repetindo, tudo da mesma maneira... Mudam as pessoas, as histórias se repetem, sempre. Quando aparecerá alguém pra fazer a diferença? Quando aquele tão sonhado alguém que faz as pernas tremerem, as mãos suarem e o coração acelerar aparecerá? Eu preciso de algo, de alguém, que mude o meu dia-a-dia, e não preciso de muito, sei que não preciso ir longe, mas, para onde ir? Os caminhos parecem estreitos demais pra mim. Os obstáculos parecem invencíveis. E novamente estou aqui, estagnada, me sinto presa, presa a um hoje que se repete no amanhã, e no depois do amanhã. É sufocante, coloco a cabeça no travesseiro e sinto meus pensamentos sucumbindo a minha mente, são muitos, enlouquecedores que ultrapassam o poder da minha mente de suportá-los. É neste momento que o que é neutro, o que é estagnado, o que incomoda e o que atormenta o meu coração se concretizam e deslizam pelo meu rosto em forma de lágrimas, essas mesmas lágrimas escorrem pelo meu rosto e param na minha boca entreaberta que repete pausadamente, baixinho, o suficiente para o meu coração ouvir: Amanhã será diferente, eu não vou desistir, o melhor vai aparecer e eu nem preciso continuar nessa busca exaustiva por ele... Descansarei, procurarei repouso para a minha mente cansada e para o meu coração calejado, afinal, o melhor já está a minha procura, e se eu daqui sair e por ele não esperar, a probabilidade de nos desencontramos é muito maior do que de nos encontrarmos. O melhor sempre aparecerá, mas na melhor hora. E a melhor hora nem sempre é agora.

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