sábado, 10 de dezembro de 2011

Depois de ler Caio Fernando Abreu dizer - “Algumas vezes eu fiz muito mal para pessoas que me amaram. Não é paranóia não. É verdade. Sou tão talvez neuroticamente individualista que, quando acontece de alguém parecer aos meus olhos uma ameaça a essa individualidade, fico imediatamente cheio de espinhos - e corto relacionamentos com a maior frieza, às vezes firo, sou agressivo e tal. É preciso acabar com esse medo de ser tocado lá no fundo. Ou é preciso que alguém me toque profundamente para acabar com isso.” – parei pra pensar no quanto um texto pode descrever de forma tão completa e verdadeira uma real situação; e foi exatamente isso que aconteceu comigo. Ler esse trecho do autor em questão me faz desejar ansiosamente a chegada de alguém que me toque profundamente pra acabar com esse medo de que alguém destrua esse meu momento eu-comigo. É tão intenso esse meu desejo de que ainda exista alguém que seja capaz de acabar com esse meu medo de me entregar e que me toque de forma “brutal e intensa” que não me dê tempo de recuar ou de me revestir com as armaduras e espinhos de costume. Chega! Eu não quero mais ferir ninguém, eu não quero fazer mal as pessoas que eu amo. Eu não quero mais cortar relacionamentos dessa forma tão fria, agressiva e indiferente. Repito, chega! Quero cheganças, quero presenças, quero deveras que me toques, me prendas, me roubas e me encantas. Mas não se demore, tenho a péssima mania de – além de medrosa e fria – ser impaciente e passageira. 

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